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Brief

Disrupção digital no Brasil: de cara nova, mas com a mesma velocidade brutal

Disrupção digital no Brasil: de cara nova, mas com a mesma velocidade brutal

Até os pioneiros digitais estão tendo que se adaptar a uma onda de novas tecnologias disruptivas.

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Disrupção digital no Brasil: de cara nova, mas com a mesma velocidade brutal
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Resumo
  • Nossa útima pesquisa de benchmarking digital identificou os pontos fortes dos disruptores de hoje, incluindo sua capacidade de atrair talentos escassos e fomentar negócios.
  • A pesquisa também destacou seis desafios de transformação digital que todas as empresas devem enfrentar em meio a novas tecnologias disruptivas.
  • As empresas que impulsionarem sua transformação digital dessa maneira devem aumentar sua resiliência a outras formas de turbulência, como choques na cadeia de suprimentos.

 

Brasil, dezembro de 2022 - O surpreendente desempenho superior das ações de tecnologia pode ter desacelerado, mas não espere a mesma desaceleração na disrupção digital.

Essa é uma das mais importantes constatações da quinta pesquisa anual de benchmarking da Bain & Company sobre a transformação digital corporativa. Dos 1.400 líderes empresariais que responderam à nossa pesquisa em 13 países e todos os principais setores, 70% já estão passando por uma disrupção digital significativa e 85% acreditam que a disrupção manterá seu ritmo acelerado ou até acelerará ainda mais nos próximos cinco anos.

O Brasil se destacou em nossa pesquisa porque 99% dos líderes empresariais brasileiros pesquisados acreditam que a disrupção digital deve manter seu ritmo ou até acelerar nos próximos cinco anos – muito acima da média global.

Não é difícil ver o início de uma nova onda de disrupção. Novos modelos de negócios digitais estão sendo cada vez mais habilitados por tecnologias emergentes, como inteligência artificial de aprendizado profundo, metaverso, web3, robótica avançada e dispositivos conectados suportados por edge computing e redes 5G. Até os pioneiros digitais estão tendo que se adaptar a essa nova evolução.

Os atuais disruptores digitais se destacaram de várias maneiras na edição de 2022 da nossa pesquisa Digital GPS Benchmark. Por exemplo, em vez de incluir o digital como mais uma de suas diversas prioridades, como a maioria das empresas faz, quase 60% deles colocam o digital no topo de sua agenda estratégica.

Apenas 10% dos “adotantes digitais tardios” – empresas que só estão começando sua transformação de modelos de negócios analógicos a digitais – poderiam dizer o mesmo. Já para empresas da penúltima categoria no nosso ranking de maturidade digital, os “transformadores em estágio inicial”, a proporção foi de 19%. E subiu para 35% para os “intensos perseguidores digitais”, que só perdem para os disruptores em termos de know-how digital.

Os disruptores acreditam que estamos passando por uma profunda mudança na maneira como os negócios operam: globalmente, eles são duas vezes mais propensos do que os intensos perseguidores digitais a dizer que as tecnologias digitais alterarão radicalmente seu setor. Essa convicção se reflete nas experiências personalizadas oferecidas a seus clientes, em produtos e serviços diferenciados, altos retornos sobre investimentos digitais e novos fluxos de receita digital. Quase 80% dos disruptores aumentaram sua participação de mercado nos dois últimos anos.

Cabe destacar que as qualidades ofensivas do disruptores digitais também atuam como características defensivas que reforçam sua resiliência.

Para começar, os disruptores digitais são verdadeiros ímãs de talentos, graças à sua ambição e propósito. Descobrimos que eles têm oito vezes mais chances do que os adotantes digitais tardios de atrair e reter as pessoas certas, com as habilidades certas, nas funções certas para concretizar suas ambições digitais. O acesso a essa criatividade e capacidade de resolução de problemas é uma excelente maneira de não cair vítima da disrupção.

Além disso, quase dois terços deles também estão construindo negócios digitais “Engine 2” fora de seu core business como uma resposta tanto a oportunidades quanto a disrupções. Essa estratégia é outra fonte de resiliência e crescimento.

A maioria dos disruptores também vê as iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) como uma parte integrante de sua atividade digital. Essa abordagem tem o potencial de manter a relevância dos disruptores aos olhos das crescentes gerações de consumidores nativos digitais e ecologicamente corretos, protegendo ainda mais seus negócios.

Mas, apesar de todas as vantagens, os disruptores digitais ainda têm muito trabalho a fazer. Assim como outras empresas, os disruptores precisam continuar melhorando as áreas-chave identificadas em nossa pesquisa.

Por exemplo, extrair todo o valor dos dados deve ser uma prioridade para todas as empresas. Globalmente, as empresas devem investir US$ 253 bilhões em soluções de big data e business analytics em 2022, de acordo com a consultoria de pesquisa de mercado IDC, mas poucas estão conseguindo extrair todo o valor desse investimento. Nossa pesquisa mostrou que os não disruptores estão enfrentando dificuldades nas áreas de qualidade e integração de dados e que quase a metade dos disruptores está perdendo oportunidades por ainda não terem implantado a inteligência artificial e o aprendizado de máquina em escala nessas áreas.

Da mesma forma, os disruptores se destacaram na adoção da colaboração Agile, de modo que eles não são submetidos às pressões enfrentadas atualmente pelos não disruptores para abandonar o trabalho em silos, mas ainda precisam garantir que seu rápido crescimento não torne suas operações excessivamente complexas.

É claro que nem toda disrupção é impulsionada pela tecnologia digital. A turbulência geopolítica e econômica está aumentando, o estado de emergência climática está se intensificando e a pressão está aumentando em outras frentes ESG. Nesse ambiente incerto, as ferramentas implantadas nos programas de transformação digital podem ser uma maior fonte de resiliência do que podem parecer à primeira vista, defendendo as empresas também contra ameaças físicas.

Por exemplo, avanços recentes no monitoramento em tempo real (impulsionados pela Internet das Coisas, conectividade 5G e tecnologia blockchain) também ajudarão as empresas a detectar todo tipo de disrupções emergentes e responder a elas. O aprendizado de máquina melhorará o planejamento de cenários para evitar choques na cadeia de suprimentos. A automação pode ajudar as empresas a superar a escassez de mão de obra.

Em meio a tanta volatilidade, as equipes executivas não podem sucumbir à fadiga. Afinal, pouquíssimos líderes empresariais dizem acreditar que sua empresa atingiu mais de 80% de suas metas de transformação digital. Por exemplo, apenas 23% dos executivos brasileiros pesquisados afirmaram acreditar ter alcançado essa meta, em comparação com a média global de 19%.

Como demonstra nossa pesquisa Digital GPS Benchmark deste ano, a transformação digital já desbloqueou um valor significativo para a maioria das empresas. Mas, com uma nova onda de evolução tecnológica apenas começando a exercer seu poder disruptivo, nenhuma empresa pode se dar ao luxo de relaxar.

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