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Brasil, maio de 2025 - A corrida pela inteligência artificial (IA) segue acelerada, mas a escassez de talentos qualificados se mostra o maior obstáculo para alavancar sua implementação. Desde 2019, a demanda por profissionais com habilidades em IA cresceu 21% ao ano, muito acima da oferta disponível no mercado. Como reflexo, os salários desses especialistas subiram 11% anualmente, superando o crescimento médio global, que gira em torno de 4%.
A falta de especialistas já é apontada como o maior entrave para o avanço da IA nas empresas. Em uma pesquisa recente da consultoria Bain & Company no Brasil, 39% dos executivos citaram a ausência de expertise interna como a principal barreira para acelerar a implementação da IA generativa, superando até mesmo preocupações com segurança de dados. Nos Estados Unidos, estima-se que o número atual de profissionais com habilidades em IA atenda a apenas metade da demanda projetada para 2027. Para preencher essa lacuna, entre 500 mil e 750 mil trabalhadores precisarão de requalificação.
Lucas Brossi, líder da prática de inteligência artificial na Bain, reforça o alerta: “Além da falta de especialistas, as empresas enfrentam o desafio de atrair e reter talentos em um mercado altamente competitivo. É preciso levar em conta que os profissionais mais qualificados evitam empresas que operam com tecnologias ultrapassadas e preferem trabalhar em ambientes que oferecem desafios técnicos avançados e uma cultura de inovação. Outro entrave é que muitas organizações ainda adotam uma abordagem genérica na contratação para cargos de tecnologia, sem um alinhamento claro entre as necessidades do negócio e as habilidades exigidas para o cargo”.
Para mitigar esses problemas, a Bain aponta três medidas essenciais:
- Alinhamento estratégico – as empresas precisam estruturar suas contratações de forma mais direcionada, alinhando os perfis buscados às necessidades reais do negócio. É essencial definir com precisão as áreas onde a IA pode gerar maior impacto e buscar talentos com especializações adequadas a esses desafios.
- Modernização tecnológica – atrair e reter talentos exige que as empresas invistam em infraestrutura moderna e ferramentas avançadas. Tecnologias obsoletas afastam especialistas de ponta, que preferem trabalhar com soluções inovadoras e ambientes tecnologicamente dinâmicos.
- Cultura de IA integrada – a IA não pode ser um projeto isolado dentro do setor de TI. Por isso, as empresas devem promover uma cultura organizacional que incentive a experimentação, a colaboração entre equipes e a aplicação da IA em diferentes áreas do negócio.
Nesse cenário, empresas que investirem na qualificação de seus times e modernizarem suas abordagens estarão mais bem posicionadas para se manter na liderança da revolução da inteligência artificial.